Orientações para um silagem de qualidade

A obtenção de silagens de qualidade e com reduzidas perdas exige a atenção do produtor em todas as fases do processo de estocagem, seja qual for o tipo de silo, o sistema e a cultura a ser ensilada. Os cuidados incluem o ponto de colheita, a picagem, a compactação e a vedação da forragem.

Lavouras de milho e sorgo ensiladas prematuramente apresentam baixo teor de matéria seca, ou seja, umidade elevada, com reduzidos rendimentos por hectare, porcentual de grãos e fermentação de qualidade inferior. A média é de 15 toneladas a 20 toneladas de forragem verde por hectare.

A colheita tardia, por outro lado, tem alto teor de matéria seca, elevado rendimento por hectare e maior porcentagem de grãos na cultura. A qualidade da silagem, no entanto, pode ser baixa em razão de possíveis perdas no campo, principalmente de folhas, durante o corte e o transporte.

Além disso, a dificuldade na compactação favorece perdas de armazenamento. Nessas condições, a consequente elevação do teor de fibras da silagem reduz a digestibilidade e dificulta o aproveitamento dos grãos. O ponto de colheita ideal para o milho é o chamado farináceo-duro, fase em que as plantas apresentam aproximadamente 35% de matéria seca. Nesse ponto, a silagem obtém elevado teor nutritivo e palatabilidade, o que pode ser comprovado pelo seu maior consumo.

O sorgo deve ser colhido quando os grãos estiverem no estágio ceroso-pastoso para farináceo, com 28% a 32% de matéria seca. Os capins, principalmente o elefante, devem ser colhidos com 60 a 70 dias de rebrota, no período das águas, com 20% a 25% de matéria seca. Os capins tanzânia, mombaça e braquiarão devem ser colhidos com 45 a 50 dias de rebrota e as gramas do gênero Cynodom com no máximo 45 dias. O ideal é em torno de 35 dias de rebrota e com menos de 25% de matéria seca.